Pimentas superam os preconceitos e adquirem importância na culinária nacional

A popularização dos vários tipos de pimenta nas mesas brasileiras coincidiu com a explosão da comida mexicana no país, transformando o tempero em opção fundamental em nossa cozinha. Existem até restaurante especializado em oferecer diversos tipos da especiaria nos pratos que serve.
Muito difundida no Nordeste e em alguns locais do interior do Brasil, como em Mato Grosso e Goiás, o tempero costuma provocar alguns narizes torcidos por conta de sua ardência e picância.
Não é para todos os gostos e todos os paladares, mas é um produto saudável e rico em variedades de elementos necessários ao corpo humano
Segundo relatórios internacionais do mercado de alimentos e de estudos de nutrição, especiarias e ervas estão mais alinhadas à saúde e bem-estar.
Com isso, os fabricantes de produtos alimentícios do varejo também aumentaram ainda mais a aplicação de temperos e temperos, de modo a se adequar ao gosto e preferência das diversas etnias do consumidor em todo o mundo, portanto, impulsionando o mercado para a frente.
Produtos como gengibre, pimentão/pimento seco, pimenta não triturada, curcuma, canela e cravo têm maior potencial de crescimento no mercado. Os benefícios nutricionais de várias especiarias ajudaram no crescimento do mercado.
As mudanças nos hábitos alimentares e os consumidores em busca de novas sensações na boca, especialmente a inclinação para a cozinha asiática, que inclui mais especiarias na dieta, também alimentaram o mercado.
As maiores produções de pimenta no Brasil são destinadas para indústria de molhos. Entretanto, há uma tendência na comercialização in natura, com as pimentas frescas, que podem ser também utilizadas em diversos preparos e conservas.
De acordo com a pesquisadora Cláudia Silva da Costa Ribeiro, da Embrapa Hortaliças, a maior parte das pimentas produzidas no Brasil ainda é destinada à indústria. Com isso, o posicionamento de pimentas frescas representa uma boa oportunidade para agricultores de todo o país.
Produto requisitado
As pimentas são amplamente utilizadas na culinária brasileira e também na mundial. Embora todas sejam chamadas pelo nome genérico de “pimenta”, as pimentas frescas, como a dedo-de-moça e a malagueta, pertencem ao gênero Capsicum e fazem parte da família das solanáceas, como a berinjela.
Já a pimenta-do-reino, utilizada amplamente na cozida do mundo inteiro, desde a Antiguidade, faz parte da família das piperáceas e ao gênero Piper. Embora elas apresentem em comum a picância e compartilhem alguns benefícios nutricionais, as semelhanças param por aí, pois pertencem a espécies diferentes.
As pimentas Capsicum são um alimento que apresenta muitos benefícios, pois são ricos em compostos bioativos, como a capsaicina (responsável pelo sabor picante), os carotenoides e compostos fenólicos diversos.
Por conta desses componentes, é um tempero com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, analgésicas, antitumorais e termogênicas. Ou seja, além de contribuir para o bem-estar de uma forma geral, ainda pode auxiliar na prevenção do câncer e ajudar quem está em dietas de emagrecimento, pois acelera o metabolismo.
Por outro lado, a pimenta-do-reino, é um tempero muito interessante, que apresenta não apenas atividade antioxidante, como as do gênero Capsicum, mas também possui propriedades antimicrobianas, ou seja, ajuda a prevenir o desenvolvimento de micro-organismos nocivos nos alimentos. Por isso, é uma das especiarias mais usadas pela indústria no preparo de embutidos, assim como o sal.
Em termos de saúde, é rica em piperina, um composto que atua como termogênico, auxilia a digestão e contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares e degenerativas. A piperina ajuda também na absorção de outros nutrientes pelo organismo.
Fontes: Mordor Intelligence, site Viva Bem UOL, Embrapa Hortaliças, Conselho Federal de Nutricionistas