Vinho ganha importância na gastronomia brasileira

Vinho ganha importância na gastronomia brasileira

FOTO: DIVULGAÇÃO

Um item tão valioso quanto uma arma de guerra. Os vinhos são tão importantes na história da humanidade que serviram de instrumento de resistência de povos – e se tornaram tesouros cobiçados, como na II Guerra Mundial.

O livro “Vinho & Guerra”, dos escritores Don e Petie Kladstrup” (Jorge Zahar Editor) é um documento valioso que remonta à luta dos franceses para preservar suas vinícolas e adegas do assalto e saque pretendidos pelos alemães nazistas a partir de 1940. Um símbolo nacional, o vinho era a peça de resistência que simbolizava a luta francesa pela preservar a sua cultura.

A importância da bebida, que transcendeu a gastronomia e se tornou item importante da economia nacional de vários países, como Itália e França, é tanta que virou caso de segurança nacional por conta dos valores que movimenta em locais como Chile, Argentina, Austrália, África do Sul e Brasil,

Somente no Rio Grande do Sul, estado que responde por 90% da produção brasileira, devem ser produzidas 800 mil toneladas de uva em 2020, um aumento de 59% em relação a 2020 (504 mil toneladas).Segundo a associação dos produtores gaúchos de vinho, a  produção de uvas é da ordem de 1,5 milhão de toneladas/ano no Brasil. Deste volume, cerca de 50% é destinado ao processamento, para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados, e 50% comercializado como uvas de mesa. 

Do total de produtos industrializados, 42% são vinhos de mesa e 49% são sucos de uva, ambos elaborados a partir de uvas de origem americana, especialmente cultivares de Vitis labrusca, Vitis bourquina e híbridos interespecíficos diversos. 

Cerca de 7% são vinhos finos, elaborados com castas de Vitis vinifera; o restante dos produtos industrializados, 2% são outros derivados da uva e do vinho.

Com a melhora das safras brasileiras e da qualidade do produto em nossas vinícolas, o consumo do produto em nossas mesas e restaurantes aumentou de forma expressiva.

Mais de 50 milhões de brasileiros, ou cerca de 36% da população adulta do País, consomem a bebida regularmente, uma proporção equivalente à dos Estados Unidos, segundo a Wine Intelligence. No entanto, o número é muito inferior à média europeia, “há um enorme abismo para ser explorado”, comentou a diretora-executiva (CEO) da chilena Veroni Wine, Livia Marques, em entrevista ao site Canal Agro.

Cada brasileiro, em média, bebeu 2,64 litros de vinho em 2021, segundo estimativa da Ideal Consulting. Os argentinos, que registram o maior consumo per capita nas Américas, bebem 30 litros por ano, enquanto os portugueses, os maiores consumidores individuais do mundo, chegam a 69 litros por ano.

Marcelo Moreira

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