Chimichurri, o tempero argentino que caiu no gosto brasileiro

Em meio a parrilladas e cortes finos e precisos de carne, um ingrediente fundamental da culinária Argentina está sendo celebrado em meio às comemorações da conquista da Copa do Mundo pela seleção de Lionel Messi: sem chimichurri não há bom prato ou churrasco completo.
O molho/tempero feito a base de ervas específicas que caiu no gosto do brasileiro neste século demorou a ganhar as mesas. Seu sabor específico e a aplicação, a princípio, restrita, causaram certa estranheza.
Os restaurantes típicos latino-americanos de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre ofereciam a “especiaria”, mas era difícil encontrar o chimichurri em empórios e mercados específicos. Então como se deu a expansão do molho pelas cozinhas e churrasqueiras nacionais?
“Ao contrário das ervas comuns, que costumam ser complementos para pratos com carne, o chimichurri é um ingrediente que faz parte de receitas. Não apenas acrescenta sabores: é o próprio sabor de determinados pratos e saladas”, diz o engenheiro e chefe de cozinha Ricardo Pires, um entusiasta da culinária argentina e uruguaia.
Não há um frequentador de restaurantes uruguaios em São Paulo que coma qualquer coisa sem milho a base de chimichurri. É quase um sacrilégio recusar a especiaria, que dá um sabor inigualável à maioria dos cortes de carne.
A disseminação do produto no Brasil foi de tal ordem que é possível encontrá-lo de várias formas em mercados municipais, feiras livres e empórios específicos, com ou sem pimenta. Dentro da criativa cozinha brasileira, o molho passou a ser aplicado em carnes brancas e também de porco e coelho.
No modo mais simples de uso, é possível fazer a mistura simples com vinagre de alta qualidade de uva, azeite extra virgem e a erva chimichurri simples, á razão de um terço para cada ingrediente, com o acréscimo de um pouco de sal. Existem outros modos de preparo, como a mistura com azeite que fica curtindo por uma semana até que outros ingredientes possam ser adicionados.
Há quem prefira usar apenas o sal grosso temperado ou saborizado com chimichurri, e os empórios brasileiros oferecem várias marcas industrializadas prontas. É só salgar a carne antes de colocá-la na chapa, no forno ou na grelha. Já existem, inclusive, linguiças prontas e temperadas “sabor” chimichurri, que são campeãs de vendas em vários mercados.
A especialista Sara Viega, no site Comida Umcomo.com.br, define assim o chimichurri: “é uma espécie de vinagrete picante, à base de salsinha, coentro, alho, cebola, pimenta vermelha moída, ouro, pimenta preta, mostarda em pó, salsão, vinagre e azeite de oliva. Há muitas variações, desde acrescentar ou substituir o coentro por salsinha, acrescentar orégano ou mesmo manjericão, até substituir o vinagre por suco de limão.
A forma mais conhecida de se fazer o molho é a argentina, com o cozimento, em água, do alho com salsa picados. Em seguida aparecem o orégano, pimenta moída, sal e pimenta; finalmente, junta-se azeite e vinagre e, quando frio guarda-se em frascos na geladeira.
No entanto, em outras receitas, os ingredientes são processados em misturador, mas sem deixar que se transformem numa pasta. Para além do método de preparo, os ingredientes usados também variam com o gosto individual. É certo que no Sul do Brasil a pimenta é mais usada, em todas as variantes, para deixar o sabor mais picante.
Uma vez que o costume se estabelece, fica difícil comer carne sem chimichurri.
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